segunda-feira, 14 de abril de 2008

Um protesto!


Campo Grande - MS

20:35


é a terceira vez que realizo esta viajem. e como não poderia deixar de ser, reconheci como "meus" alguns espaços e rituais que faço em cada lugar que nos hospedamos. em Recife, não posso deixar de ir tomar um café na padaria da praça Cecilia Meireles. Em natal não parto sem antes visitar a Cia dos Sucos, ao lado da Feira Permente de Artesanato. Vale lembrar que fica de fronte ao mar. em Campo Grande, capital sul mato-grossense, local de nossa estadia atual, tem um butequim que fica na frente do hotel onde estamos. a particuliaridade dele, além das mesas de sinuca e do forró em alto e bom som no dvd, é que servem a cerveja Cristal - situa-se como Skol- em copos estilo americano em cadeiras e mesas de plastico do outro lado da rua de um "inferninho". é uma sensação única de zelo e reconhecimento á cultura local. sinto-me um nativo. observo, bebo e quando, atiro-me em uma conversa com alguem que a mereça. mesmo tendo a chuva nos perseguidos desde o sabado a tarde, entendeu que deveria me acompanhar também aqui em Campo Grande. e truxe junto um friozinho de wuisk consigo. mas ritual é ritual e eu devo isto para com a cidade. acontece que a dona - gentil - do butequim resolveu que não teriam mais cervejas Cristal para serem servidas em copos estilo americanos em cadeiras e mesinhas de plastico do outro lado da rua de um "inferninho". cancelou-se o contrato com a "cerveja nativa", devido á uma permuta por freezers da Skol -situa-se como Crital. e isso, é claro, entende-se como exclusividade. querem tirar minha chance de escolher? eu tenho algum direito? e meu ritual? e o meu momento único? o que nos resta é um mundo de momentos uniformes e vazios?

entendo por que a chuva acompanhou-me.

desde de sempre soubera que eu teria esta decepção. acompanhou-me para confortar-me. logo nesta viajem! uma viajem de realização de planos e atestados de dignidade. atordoado e angustiado pela sensação, aceitei uma Brahma e tentei me convencer. adoro e recomendo Brahma. mas não aqui. volto para o quarto do hotel, triste e desconsolado.

abstenho-me até do resto deste.

a cidade continua confusa, a viajem continua confusa e meu futuro continua confuso.

e acho que a chuva vai continuar até dia trinta deste mês...

Um comentário:

Tchakaruga de Paranaguá disse...

pelomenos tinha Brahma... hehehehe...
Mas, entendo tua revolta! grande abraço e era isso...
ÁH! belo blog, parabéns... nos falamos por aí.