segunda-feira, 20 de abril de 2009

Conversas

-Só com você não dá certo. Porque?
-Porque o amor é tão estranho quanto amar um estranho.
-É. O amor tem dessas. Você passou o dia bem?
-Bem. Descansei no sol e trabalhei na lua.
-Estas animado?
-Como um gato em cima do muro na lua cheia.
(silêncio)
-Que mais você fez hoje?
-Nada mais. Apenas sonhei a vida que queria ter quando dormisse.
-Espera aí.
-Ta! Eu desisto!
-Eu não! Ah, que droga...
(off line)

terça-feira, 14 de abril de 2009

...

To precisando fugir...

domingo, 12 de abril de 2009

As noites de Amanda

Amanda não gosta de dormir.
mas esta noite o quer fazer.
e como quem vai deitar
em um berço póstumo,
deixa seu último alento:

“Estou em dor.
me sinto desamparada,
abandonada,
sozinha.
a lua é minha única
companhia.
e ela chora comigo.
no meu peito
um aperto sem fim.
uma angustia
que segura a respiração,
que desconstrói o tempo,
que remexe a estrutura da poesia.
e dela,
como sangue
que escorre do espinho,
homenageia a tolice do amor.
novos rumos esperam.
mas me sinto sem rumo.
a aurora é inevitável.
amanhecer um martírio.
o dia inteiro para viver
este cigarro que não cessa,
este sorrir que não ilumina,
esta água que inebria.
até a lua
parece estar
cheia de mim.
conto uma estrela por lagrima.
a noite esta estrelada.
os olhos caem em desespero.
confundem desconsolo e sono.
desesperadamente preciso dormir...”

E sob a luz apagada do abajur,
Amanda desfalece no seu sono.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Vamos brincar...

Vamos brincar
de melodias perdidas,
notas intrínsecas,
rimas malditas,
poesias sem rima,
musicas abatidas.

Vamos brincar
de poesias anarquistas,
musicas sem vida,
notas retorcidas,
rimas escapulidas,
melodias esquecidas.

Vamos brincar
de musicas partidas,
rimas escondidas,
notas esculpidas,
melodias ridiculas,
poesias manuscritas.

Vamos brincar...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

por que a gente é assim?

eu não gosto de dormir.
a noite inteira para sofrer
e tanta gente preferindo dormir.
acho que dormir
é um desperdiço de sofrimento.
tanta estrela no céu
brilhando como lagrima
e tem gente sonhando
um sonho vão que acaba,
um sonho vão que se dissolve
na fronha com baba.
eu não.
prefiro ficar aqui,
com meu texto e minha dose.
com minha dor e minha tosse.
decifrando a esfinge
que há em mim.
deforando-me a cada enigma,
a cada poesia que me intriga.
eu sei,
eu sou assim.
as vezes o avesso de mim mesmo,
a retorica de meu proprio texto.
mas fazer o que?
se é para ser,
que eu seja assim mesmo,
ideal de mim,
resultado da soma
das duas pontas
de um mesmo fim.
um brinde noturno ao amor.
e para toda a dor
que há no amor.
e só assim
que eu sei ser (in)feliz.
não sei se eu consigo
ser de outro jeito...