segunda-feira, 14 de abril de 2008

Enfim...

Como é perceptivel, a ordem dos três primeiros posts está invertida...


Novo Hamburgo, 12 de abril de 2008. 14:38
Agora somos a estrada. Agora a estrada nos é. Desenhar uma paisagem diferente na janela a cada instante é surreal. Nesse momento nos distinguimos das flores. Não somos mais fixos. Somos mutáveis, móveis, itinerantes, mambembes, nômades. Somos uma historia. Uma viajem. O Brasil!
O carro é movido a sonhos, planos. Os olhares perdem-se no horizonte cor de chumbo que estende-se sobre nós. Seis realidades dividindo a mesma realidade. Para cada um de nós uma trilha sonora. Para todos, o som dos pneus no asfalto, o vento que urra ao pé do ouvido como um primata. As cores confundem-se em borrões pincelados nas laterais da estrada. Intervenção surrealista. Os sonhos confundem-se entre o sono e a insônia. A estrada é longa. O destino está sempre na próxima folha do calendário e sempre na última folha que se desprende para o abismo do passado. Resta seguir com alguns sonhos na mochila e um pouco de Chico Buarque em doses homeopáticas servido em folhas de seda.
Olho pela janela e a paisagem transmuta-se entre o verde e o cinza.
O horizonte pinta-se ao fundo em tons de chumbo e cobre. Alguns passam, outros ficam. Inevitável silêncio.
Confesso que o medo também é inevitável.
E a segurança está em algum lugar na mala lá atrás...

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