segunda-feira, 14 de abril de 2008

Chuva


Chove.
E chove tanto que a paisagem da janela borrou-se de água e agora é apenas uma mancha cinza, lacrimejada pelo vento. Não se vê nada além do que se imagina.
Sono.
Para cada um uma proposta.
Um sonho.
A estrada segue molhada.
Por vezes ouve-se alguma voz, mas em geral, são os pingos de chuva que compõem este silêncio.
Consulto os demais e acendo um cigarro. Está uma bela manhã de outono na serra catarinense. Pela fresta aberta da janela por onde escapa a fumaça, vê-se belos casarões em estilo Português, com grandes e numerosas portas, todas elas pintadas em tinta descascada pela história. Verdes campos ensopados preenchem o horizonte ao norte. A Oeste, a BR 163 estende-se em cinza. Varam as horas e os pensamentos. Está é uma daquelas boas oportunidades para pensar. Ou simplesmente deixar a mente vagar, perdendo-se no bailar trêmulos dos pingos de chuva no vidro da janela, ainda entreaberta. Não há mais fumaça, restam apenas pensamentos e planos de um futuro não muito longe que se soltam pela paisagem...

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