domingo, 13 de abril de 2008

Mundo Novo - MS

Percorreram as horas mais de trezentos quilometros até este Mundo Novo, ou, novo mundo, se contarem as experiências e as motivaçãos que despencaram sobre minha razão nestes últimos dois dias.
A descoberta a cada curva de um mundo diferente, onde a realidade não tem nome e tão pouco se preocupa em ser real, transmitem a minha insônia uma poesia á mais.
Das trintas horas que percorremos pela estrada, 32 delas foram regadas a muita chuva e paisagens úmidas. A introspecção natural de uma longa viajem de carro é atenuada pela falta de virilidade que tráz o sol, com seus raios onipotentes e quentes. A claridade torna a visão mais viciada e comoda, o que incomoda menos e distrai mais. Mas quando a paisagem pinta-se de cinza e tudo o que fica são pingos de chuvas dependurando-se nos vidros das janelas afim de aproveitarem a carona, mergulhar no fundo do abismo de nossos planos é um salto sem paraquedas da mesa para o copo. Ou do isqueiro para a seda.
A cada quilometro que surge no horizonte, surge também mais uma dúzia de dúvidas: será mesmo isso? Será esta a saída? E busco eu uma saída ou o que quero é, enfim, encontrar uma entrada? Já não estarei eu metade da entrada a dentro e não percebo? Quando será tarde demais para se errar? Existe um tempo certo para errar?
Desenho o mapa brasileiro com curvas de interrogação.
No mais, é pergunta pra boi dormir.
Não há amor sem dor, assim como não há vida sem morte.
Das conclusões cuido depois, quando já estiverem concluídas.
Resta dizer que a paisagem, mesmo molhada, da serra Catarinense e Paranaense é linda e o que talvez poucoas pessoas percebam, é que o pôr-do-sol dos dias chuvosos é de rara beleza.
"Sonhei que o fogo gelou, sonhei que a neve fervia e de sonhar o impossivel, ah, sonhei que tu me queria"...referencia mais que saldosa a Chico Buarque.
e boa noite...

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